Artigo de Opinião: Futsal sem os mesmos direitos do futebol (Parte 2)
Não concordei no meu anterior artigo de opinião com a participação dos Açores a título excecional, pois até está regulamentado pela FPF com três (3) clubes ou mais na 2.ª divisão nacional, possibilitando ao vencedor competir na 2.ª fase de apuramento do primeiro de cada uma das duas zonas, que tem direito a subir à 1.ª divisão, para entrar em vigor na época 2014-2015. Recordo que a FPF esclareceu e reafirmou que três (3) clubes dos Açores podem subir na presente época.
Seguindo o exemplo do que se passa no Futebol, passar a ter uma competição “Campeonato dos Açores de Futsal”, que nada mais seria do que não a substituição da Série Açores por outro nome, implicaria o mesmo modelo organizativo, cada Associação organiza alternadamente uma época desportiva, seria um desastre como de resto tem sido no Futebol, na minha opinião.
Os restantes clubes que estão na 3.ª divisão série Açores como ficam?. No meu anterior artigo de opinião referi que concordava com o campeonato dos Açores para o Futsal, o mesmo só deve ser de “transição na época 2014-2015”, organizado por quem? Pela FPF de preferência. Com 8 equipas T x T a duas voltas com a descida dos últimos quatro (4) clubes aos Regionais.
Contudo os treinadores e dirigentes dos clubes poderão argumentar que a duração é curta deste campeonato de transição em 2014-2015. A solução passaria no início da época dos clubes participarem na sua associação na primeira prova como já fazem atualmente e na taça de ilha, que normalmente encerra a época desportiva e é disputada em eliminatórias, poderia ser jogada a meio da semana desde que haja programação atempada pelos gabinetes técnicos das associações.
Então na época de 2015-2016 teríamos uma série Açores de futsal na 2.ª divisão nacional, organizada pela FPF mas com dez (10) clubes, composta por quatro clubes do “campeonato dos Açores de transição”, os três da 2.ª divisão mais os três que sobem dos regionais. A forma de disputa será de T x T a duas voltas com uma 2ª fase igual ao que já se faz no futebol atualmente, para ficarmos aproximadamente com o mesmo número de jogos de outras séries no Continente que têm mais clubes, sem ser necessário a participação em liguilhas. Esta Série Açores de Futsal 2ª Divisão, teria de ser organizada pela FPF, sem qualquer dúvida. O maior “investidor” dessa prova a Região garantia uma melhor organização e claro está, veria os dinheiros públicos bem geridos.
É preciso não esquecer que estas alterações aos quadros competitivos nacionais têm de se retificados e aprovados em assembleia geral da FPF ainda na presente época.
Outros aspetos têm de ser considerados a redução imediata dos custos financeiros e humanos a ter com as equipas Açorianas em deslocações no Continente.
Apoiar 10 Equipas numa Série Açores de 2ª Divisão, será sempre mais viável economicamente, do que apoiar, (12 equipas), pois há uma redução em dezenas de milhares de euros com maior critério e o dinheiro gerado fica na economia Regional, pois disso não temos dúvidas.
Temos ainda de pensar também num todo Nacional, nas reduções de custos com as equipas do Continente, pois não teriam de efetuar deslocações aos Açores na 1.ª fase da 2.ª divisão.
Se entendermos solidariamente, a política de redução de custos, essa proposta será de mais fácil aprovação pela Federação, pois isso representaria também uma redução dos custos para as equipas do Continente.
O aumento da evolução competitiva nos Açores, a curto e médio prazo, com os apoios a conceder aos Clubes pela (DRD), ficariam com maior possibilidade de evoluir na modalidade para uma 1ª Divisão Nacional, pois o vencedor desta série iria disputar o acesso à 1.ª divisão com os vencedores das restantes.
Outro aspeto também pertinente, as equipas de Arbitragem Açorianas, passavam a ter maior possibilidade de arbitrar jogos da 1ª Divisão de Futsal, e jogos da 2ª Divisão regularmente, o que lhes conferiria experiência e rodagem para subir para outros patamares como já é presentemente pelo árbitro Sérgio Silva de Angra do Heroísmo - Terceira.
Os apoios a conceder, como estão estipulados, visam no geral, a promoção do “Atleta Açoriano”, como tal numa competição como o da de 2ª Divisão Nacional, de certo modo “obrigaria” os Clubes a apostarem nos atletas vindos da formação melhorando ainda a qualidade do treino, como forma de obter mais apoios governamentais. Se virmos numa perspectiva de médio prazo, os Clubes sentirão a necessidade de investir, como já deviam ter feito, nos seus escalões de formação. Ou seja, o investimento feito pela Região, teria um melhor retorno.
Atualmente, a modalidade já gera impacto na televisão, apenas com as equipas que disputam a 2ª Divisão Nacional, nomeadamente o Clube Operário Desportivo e o CD Rabo de Peixe. Com uma Série Açores de Futsal da 2ª Divisão, implicaria diretamente e por força da importância da 2ª divisão, um maior acompanhamento por parte da RTP/Açores, São Miguel TV, rádios locais, jornais diários, redes sociais e internet, que assim passariam a divulgar a modalidade no seu todo, o que representa diretamente a divulgação do “Desporto Açoriano”, cumprindo assim a missão desportiva que se quer para os Açores, no seu todo.
Para se ter ideias é preciso ter contatos com as pessoas certas, pelo que agradeço as opiniões que me foram chegando ao longo destes dias.
Texto de: José Araujo